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Sobre a biodiversidade

Página Modificado pela última vez 2016-08-31
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A biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. Assistimos actualmente a uma perda constante da biodiversidade com profundas consequências para o mundo natural e o bem-estar humano. As principais causas são as alterações nos habitats naturais, resultantes dos sistemas intensivos de produção agrícola, da construção, da exploração de pedreiras, da sobrexploração das florestas, oceanos, rios, lagos e solos, da introdução espécies alóctones invasivas, da poluição e, cada vez mais, das alterações climáticas globais. A Europa estabeleceu um objectivo para travar a perda de biodiversidade até 2010. Vários estudos recentes da AEA mostram que se não forem envidados mais esforços políticos significativos, é improvável que esse objectivo seja atingido.

A humanidade é ela própria parte da biodiversidade e a nossa existência seria impossível sem ela. Qualidade de vida, competitividade económica, emprego e segurança, tudo depende deste capital natural. Biodiversidade é fundamental para os "serviços ecossistémicos", ou seja, os serviços que a natureza fornece: regulação do clima, da água e do ar, fertilidade dos solos e produção de alimentos, combustível, fibras e medicamentos. A biodiversidade é essencial para manter a viabilidade da agricultura e das pescas a longo prazo e é a base de muitos processos industriais e da produção de novos medicamentos.

Na Europa, a actividade humana tem moldado a biodiversidade desde a expansão da agricultura e da produção animal, há mais de 5000 anos. As revoluções agrícola e industrial deram origem a profundas e rápidas mudanças na utilização dos solos, na intensificação da agricultura, na urbanização e no abandono das terras que, por seu turno, resultaram no desaparecimento de muitas práticas (por exemplo, métodos agrícolas tradicionais) que ajudavam a preservar a riqueza das paisagens em biodiversidade.

O elevado consumo e produção de resíduos por pessoa da Europa significa que o nosso impacto nos ecossistemas se estende muito para além do nosso continente. Os estilos de vida europeus dependem significativamente da importação de recursos e bens de todos os cantos do mundo, encorajando muitas vezes a exploração dos recursos naturais. Esta situação leva à perda de biodiversidade que, por seu turno, reduz o capital de recursos naturais no qual se baseia o desenvolvimento económico e social.

Não pode existir propósito mais inspirador do que o de começar a idade da restauração, tecendo novamente a maravilhosa diversidade de vida que ainda nos rodeia.

Edward O. Wilson, 'The Diversity of Life', 1992

A perda de biodiversidade está inextrincavelmente ligada à degradação dos serviços ecossistémicos que suportam a vida na Terra. O Relatório de Avaliação dos Ecossistemas do Milénio, de 2005, avaliou globalmente 24 serviços ecossistémicos e concluiu que 15 desses serviços ficaram degradados, afectando as pescas, a produção de madeira, o abastecimento de água, o tratamento de resíduos e a descontaminação, a purificação da água, a protecção contra os perigos naturais e a regulação da qualidade do ar. O relatório Situações e Perspectivas de 2005 da AEA e a sua quarta avaliação do ambiente na região pan-europeia mostram que, aparentemente, a UE não está a fazer progressos na consecução do objectivo que consiste em travar a perda de biodiversidade na região até 2010.

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