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É evidente que necessitamos de reduzir substancialmente as emissões globais de gases com efeito de estufa, a fim de evitar os impactes mais negativos das alterações climáticas, mas também temos que nos adaptar a essas alterações. Mesmo com reduções substanciais das emissões de gases com efeito de estufa, é expectável que o nosso clima mude em certa medida e os efeitos dessa mudança far-se-ão sentir no mundo inteiro, incluindo na Europa. As inundações e as secas, por exemplo, tornar-se-ão mais frequentes e intensas. Entretanto, o aumento da temperatura, a variação dos níveis e dos padrões de precipitação e os fenómenos meteorológicos extremos já estão a afetar a nossa saúde, o ambiente natural e a economia.
Podemos não ter consciência disso, mas as alterações climáticas afetam-nos a todos: agricultores, pescadores, doentes de asma, idosos, crianças, habitantes das cidades, praticantes de esqui, banhistas. Os fenómenos meteorológicos extremos, como as inundações e as tempestades, podem devastar pequenas comunidades — e até regiões e países inteiros. As ondas de calor podem exacerbar a poluição atmosférica, agravando as doenças cardiovasculares e respiratórias e, em alguns casos, levam à perda de vidas.
O aquecimento dos oceanos pode desequilibrar toda a cadeia alimentar e, consequentemente, a vida marinha, intensificando a pressão exercida sobre populações de peixes já sobreexploradas. As temperaturas mais elevadas também podem reduzir a capacidade de armazenamento de carbono no solo: o segundo maior sumidouro de carbono a seguir aos oceanos. A seca e as temperaturas elevadas podem afetar a produção agrícola, agravando a competição entre sectores económicos por recursos preciosos como a água e a terra.
Estes impactes geram enormes perdas. Estudos recentes calculam que, se não forem tomadas medidas de adaptação, em 2100 o número de mortes provocadas pelo calor poderá chegar a cerca de 200 000 por ano, só na Europa. Os prejuízos resultantes das cheias fluviais poderão ultrapassar os 10 mil milhões de euros por ano. As alterações climáticas têm ainda outros impactes, como a destruição causada pelos incêndios florestais, a redução do rendimento das culturas ou os dias de trabalho perdidos devido a doenças respiratórias.
Perante esses impactes atuais e futuros, os europeus têm como única alternativa adaptarem-se às alterações climáticas. A União Europeia já possui uma estratégia de adaptação para ajudar os Estados-Membros a planearem as suas atividades e mais de vinte países europeus adotaram estratégias de adaptação a nível nacional.
Alguns projetos de adaptação em curso envolvem a construção de novas infraestruturas de grande dimensão (por exemplo, diques e canais de drenagem das águas das cheias), enquanto outros pretendem recuperar os ecossistemas para que a natureza possa combater os efeitos das alterações climáticas, como o excesso de água ou de calor. Há várias iniciativas e oportunidades de financiamento para ajudar os países, as cidades e as regiões a prepararem-se para os impactes das alterações climáticas e a reduzirem as emissões de gases com efeito de estufa.
A gravidade das alterações climáticas dependerá do alcance e da rapidez da nossa redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) libertadas para a atmosfera. As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios do nosso tempo, um problema mundial que a todos interessa. A comunidade científica recomenda vivamente que se limite a subida da temperatura média global e que se reduzam as emissões de GEE, para evitar os impactes negativos das alterações climáticas. No âmbito da Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a comunidade internacional decidiu limitar o aumento da temperatura média global a 2°C acima da era pré-industrial.
Se a temperatura média aumentar mais de 2°C, as alterações climáticas terão impactes muito maiores na nossa saúde, no ambiente natural e na economia. Um aumento médio de 2°C significa que, na verdade, as temperaturas subirão mais do que isso em certas regiões do mundo, sobretudo no Ártico, onde os maiores impactes porão em risco sistemas naturais únicos.
A União Europeia definiu objetivos ambiciosos a longo prazo para a mitigação das alterações climáticas. Em 2013, já tinha reduzido 19 % das suas emissões de GEE, relativamente aos níveis de 1990, e o objetivo de redução de 20 % até 2020 está ao nosso alcance. A redução das emissões internas (ou seja, dos gases emitidos na UE) em, pelo menos, 40 % até 2030 e 80-95 % até 2050 dependerá, em parte, da capacidade que a União demonstre para canalizar fundos públicos e privados suficientes para tecnologias sustentáveis e inovadoras. A aplicação de regulamentos e preços de carbono eficazes é essencial para direcionar os investimentos para inovações em prol do clima, nomeadamente no domínio das fontes de energia renováveis e da eficiência energética. Em alguns casos, as decisões de financiamento podem também implicar o abandono de alguns sectores e a reestruturação de outros.
A redução das emissões dos Estados‑Membros da UE só em parte resolveria o problema, porque atualmente a UE apenas emite cerca de 10 % das emissões globais de GEE. Deste modo, para realizar o objetivo de 2°C é necessário um esforço mundial que diminua substancialmente as emissões globais de GEE. A comunidade científica defende que a quantidade de carbono libertada para a atmosfera, até ao final do século, terá de ser limitada e o mundo já «gastou» a maior parte desse «orçamento de carbono», que, ao ritmo atual, se esgotará muito antes de 2100.
Os estudos científicos demonstram que, para termos mais hipóteses de limitar o aumento da temperatura média a 2°C, as emissões globais terão de atingir o ponto máximo em 2020 e depois começar a decrescer. Neste contexto, as próximas conversações sobre alterações climáticas (COP21), a realizar em Paris, terão de constituir um ponto de viragem tendo em vista um acordo global sobre a redução das emissões de GEE e a prestação de apoio aos países em desenvolvimento.
Na raiz do problema estão os padrões insustentáveis de produção e consumo. Com base nas tendências ultimamente observadas no ambiente europeu e nas megatendências mundiais, o nosso relatório «O Ambiente na Europa: Estado e perspetivas 2015», recentemente publicado, preconiza a transição para uma economia «verde»: um estilo de vida sustentável que nos permita viver bem, dentro dos limites do nosso planeta. Esta transição implica mudanças estruturais nos principais sectores, designadamente a energia e os transportes, que exigem investimentos a longo prazo nas nossas infraestruturas.
Os europeus já estão a investir nesses sectores. O desafio é garantir que todos os investimentos, atuais e futuros, nos aproximam de uma economia verde em vez de nos aprisionarmos numa via de desenvolvimento insustentável. Fazendo agora os investimentos corretos não só minimizaremos os custos globais das alterações climáticas como poderemos reforçar a especialização da Europa no desenvolvimento de eco indústrias: a economia do futuro. E, no final de contas, todos temos algo a dizer sobre o modo como viveremos com as alterações climáticas.
O desafio que enfrentamos pode parecer assustador, mas por maior que possa ser, o objetivo de 2°C ainda está ao nosso alcance. Só temos de ser suficientemente corajosos e ambiciosos para o agarrar.
Hans Bruyninckx
Director Executivo da AEA
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