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Pode ser uma surpresa para muitos de nós o facto de o ar numa rua urbana com trânsito de média intensidade poder realmente ser mais puro do que o ar na sua sala de estar. Estudos recentes indicam que alguns poluentes atmosféricos nocivos podem existir em concentrações mais elevadas em recintos fechados do que ao ar livre. No passado, a poluição atmosférica em recintos fechados recebeu uma atenção significativamente menor do que a poluição atmosférica ao ar livre, sobretudo a poluição atmosférica provocada pelas emissões das indústrias e dos transportes. Contudo, nos últimos anos, as ameaças provenientes da exposição à poluição atmosférica em recintos fechados tornaram-se mais evidentes.
Imagine uma casa acabada de pintar, decorada com mobiliário novo... Ou um local de trabalho com um forte cheiro a produtos de limpeza... A qualidade do ar nas nossas casas, locais de trabalho ou outros espaços públicos varia consideravelmente, dependendo do material utilizado para os construir e limpar e da finalidade do espaço, bem como da forma como o utilizamos e ventilamos.
A má qualidade do ar em recintos fechados pode ser especialmente prejudicial para os grupos vulneráveis, como as crianças, os idosos e as pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias crónicas, como a asma.
Alguns dos principais poluentes atmosféricos em recintos fechados incluem o radão (um gás radioativo que se forma no solo), o fumo do tabaco, gases ou partículas gerados pela queima de combustíveis, produtos químicos e alergénicos. O monóxido de carbono, os dióxidos de azoto, as partículas e os compostos orgânicos voláteis podem encontrar-se tanto ao ar livre como em recintos fechados.
Alguns poluentes atmosféricos de recintos fechados e os seus impactes na saúde são mais bem conhecidos e recebem mais atenção do público do que outros. A proibição de fumar em espaços públicos é um deles.
Em muitos países, a proibição de fumar em diversos locais públicos foi muito controversa até à introdução de legislação pertinente. Por exemplo, até à entrada em vigor em Espanha da proibição de fumar, em janeiro de 2006, houve um movimento crescente para afirmar o que muitos consideravam ser seu direito: fumar em locais públicos fechados. Mas a proibição também conduziu a uma consciência pública mais forte. Nos dias que se seguiram à sua entrada em vigor, 25 000 espanhóis por dia procuraram aconselhamento médico sobre a forma de deixar de fumar.
Muita coisa mudou na perceção do público relativamente à questão de fumar em locais e transportes públicos. Muitas companhias aéreas começaram a proibir o fumo em voos de curta distância na década de oitenta, seguindo-se os de longa distância na de noventa. Hoje em dia, é impensável na Europa permitir que os não fumadores sejam expostos ao fumo em segunda mão nos transportes públicos.
Atualmente, muitos países, incluindo todos os países membros da AEA, possuem alguma legislação destinada a limitar ou proibir o fumo em locais públicos fechados. Após uma série de resoluções e recomendações não vinculativas, a União Europeia também adotou, em 2009, uma resolução que exorta os Estados-Membros a adotar e aplicar leis destinadas a proteger integralmente os seus cidadãos contra a exposição ao fumo do tabaco em ambientes fechados.
Parece que a proibição de fumar melhorou a qualidade do ar em recintos fechados. Os poluentes ambientais do fumo do tabaco estão a decrescer em lugares públicos. Na República da Irlanda, por exemplo, medições dos poluentes atmosféricos em locais públicos em Dublim, antes e depois da entrada em vigor da proibição de fumar, revelaram decréscimos de até 88% de alguns poluentes atmosféricos encontrados no fumo do tabaco em ambientes fechados.
Tal como no caso dos poluentes ao ar livre, os impactes dos poluentes atmosféricos em recintos fechados não se limitam apenas à nossa saúde. Implicam igualmente elevados custos económicos. Só a exposição ao fumo do tabaco na atmosfera dos locais de trabalho da União Europeia está estimada em mais de 1 300 milhões de euros em custos médicos diretos, e mais de 1 100 milhões de euros em custos indiretos associados às perdas de produtividade em 2008.
O fumo do tabaco não é a única fonte de poluição do ar interior. Segundo Erik Lebret, do Instituto Nacional de Saúde Pública e do Ambiente (RIVM) dos Países Baixos, «A poluição atmosférica não se detém à nossa porta. A maioria dos poluentes do exterior penetra nas nossas casas, onde passamos a maior parte do nosso tempo. A qualidade do ar em recintos fechados é afetada por muitos outros fatores, incluindo cozinhar, acender a lareira a lenha, acender velas ou incenso, utilizar produtos de consumo como as ceras e os polidores para limpar superfícies, materiais de construção como o formaldeído em contraplacados, e retardadores de chama em muitos materiais. E depois há o radão proveniente dos solos e dos materiais de construção.»
Os países europeus estão a tentar combater algumas dessas fontes de poluição atmosférica em recintos fechados. Segundo Lebret, «estamos a tentar substituir substâncias mais tóxicas por outras menos tóxicas, ou a procurar processos que reduzam as emissões, como no caso das emissões de formaldeído do contraplacado. Outro exemplo é o da redução de certos materiais emissores de radão utilizados na construção de paredes. Estes materiais eram utilizados no passado mas a sua utilização foi entretanto restringida.»
A aprovação de leis não é a única via para melhorar a qualidade do ar que respiramos; todos nós podemos tomar medidas para controlar e reduzir as partículas suspensas no ar e os produtos químicos em espaços fechados.
Pequenas ações como, por exemplo, a ventilação dos espaços fechados, podem ajudar a melhorar a qualidade do ar que nos rodeia. Mas algumas das nossas ações, por muito bem-intencionadas que sejam, podem acabar por ter efeitos adversos. Lebret sugere: «Devemos ventilar, mas não devemos ventilar exageradamente, pois isso implicaria uma perda substancial de energia, já que obrigaria a aumentar o aquecimento e o uso de combustíveis fósseis e, consequentemente, implicaria um aumento da poluição atmosférica. Devemos ter em mente uma utilização mais racional dos nossos recursos em geral.»
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