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Transportes — novamente na cauda dos objectivos de Quioto

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Press Release Publicado 2007-02-22 Modificado pela última vez 2016-06-03
Segundo um novo relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), divulgado hoje em Copenhaga, as emissões de gases com efeito de estufa originadas pelo sector dos transportes constituem ainda um obstáculo fundamental, embora ultrapassável, ao cumprimento, pela UE, dos objectivos estabelecidos no Protocolo de Quioto em matéria de alterações climáticas.

We cannot innovate our way out of the emissions problem from transport.

Professor Jacqueline McGlade, Executive Director of the EEA

O relatório da AEA intitulado “Transport and Environment: on the way to a new common transport policy” (“Transportes e ambiente: a caminho de uma nova política comum de transportes”) afirma que a política europeia de transportes se confronta com um aumento maciço da procura neste sector. Entre 1990 e 2003, o volume do transporte de passageiros nos países da AEA registou um aumento de 20 %. O transporte aéreo registou o aumento mais significativo durante este período, ou seja, 96 %.

Enquanto que na maioria dos outros sectores (energia, indústria, agricultura, gestão de resíduos) as emissões diminuíram entre 1990 e 2004, no sector dos transportes as emissões registaram um crescimento substancial devido a este aumento da procura.

O sector dos transportes é responsável por 21 % do total das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) na UE-15 (excluindo o transporte aéreo e marítimo internacional). O transporte rodoviário, só por si, é responsável por 93 % do total das emissões do sector dos transportes. Mas são as emissões originadas pelo transporte aéreo internacional que estão a aumentar mais rapidamente, tendo registado um crescimento de 86 % entre 1990 e 2004.

Os países que registaram o aumento mais significativo das emissões de GEE (excluindo o transporte marítimo e aéreo) originadas pelos transportes entre 1990 e 2004 foram o Luxemburgo e a Irlanda ‑ respectivamente 156 % e 140%. O aumento médio nos 32 países membros da AEA (ver notas) foi de 25 %.

“Ao sugerir que nos limitemos a tratar os impactes ambientais do sector dos transportes, a revisão intercalar do Livro Branco de 2001 sobre a Política Comum de Transportes poderia ser interpretada como um abrandamento da posição da Europa sobre a necessidade de tomar medidas relativamente aos volumes de transporte. Tal não podia ser o caso.”, declarou a Professora Jacqueline McGlade, directora executiva da AEA.

“Não podemos combater o aumento das emissões de GEE, a poluição sonora e a fragmentação da paisagem causados pelos transportes, sem ter em conta o aumento do tráfego nas estradas e caminhos-de-ferro, no ar e no mar. Os avanços tecnológicos, nomeadamente os motores mais limpos e mais eficientes em termos de consumo de combustível, por importantes que sejam, não nos permitirão, só por si, encontrar a solução para o problema das emissões causadas pelos transportes", declarou a directora.

O relatório sublinha ainda o importante papel desempenhado pelas subvenções aos transportes na orientação das escolhas neste domínio. Na Europa, são gastos anualmente entre 270 e 290 mil milhões de euros em subvenções aos transportes. Quase metade destas subvenções destina-se ao transporte rodoviário, um dos meios de transporte mais poluentes. Em Março de 2007, a AEA divulgará um estudo aprofundado sobre estas subvenções.

A poluição causada pelos transportes tem também consequências directas para a nossa saúde. Quase 25 % da população da UE-25 vive a menos de 500 metros de uma estrada com um volume de tráfego superior a três milhões de veículos por ano. Por este motivo, segundo o relatório, perdem-se todos os anos quase quatros milhões de anos de vida devido aos elevados níveis de poluição.

Notas para o editor:

Informações gerais sobre o relatório
O relatório da AEA intitulado “Transport and Environment: on the way to a new common transport policy” é a publicação anual do Mecanismo de Transmissão de Informação sobre Transportes e Ambiente (TERM), que acompanha os progressos e a eficácia dos esforços que visam a integração das estratégias do sector dos transportes e do ambiente.

O relatório tem por objectivo cobrir todos os países membros da AEA, ou seja, os 27 Estados‑membros da UE,  a Turquia, a Noruega, a Islândia, o Liechtenstein e a Suíça. Uma vez que a Suíça apenas recentemente se tornou membro da AEA, fornece dados em somente alguns casos. Nos casos em que os dados não estão completos, este facto é geralmente mencionado na secção de metadados, onde são também descritos diferentes grupos de países.

Links: Relatório TERM

Países membros da AEA: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Suécia, Suíça e Turquia.

Sobre a Agência Europeia do Ambiente (AEA):

A AEA tem a sua sede em Copenhaga. A agência tem por objectivo contribuir para a melhoria significativa e mensurável do ambiente da Europa através do fornecimento de informações oportunas, orientadas, pertinentes e fiáveis aos legisladores e ao público em geral.

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